Sexta-Feira, 19 de Abril de 2024    Responsável: Jota Oliveira    Fone: 67 9988-5920

ARTIGO: Quando a religião perde seu sentido! (Prof. Me. Ciro Toaldo)


 

Nosso Brasil é encantador, pois nele temos de tudo: os saudosistas, os imediatistas, os radicais e outra série de adjetivos para se definir a respeito do que sentimos por nossa nação! E quando abordamos sobre o Brasil, não se pode deixar de afirmar que temos um legado religioso fantástico. Contudo, quando a religião é usada para desvirtuar seu foco, algo não está certo!

No feriado de Nossa Senhora Aparecida, dentro do Santuário Nacional, sob o olhar e compenetração de milhares de católicos, seja com presença física ou acompanhando pela TV, todos acompanhavam a homilia de uma das missas celebradas aquele dia. Nesta missa estava presente o Presidente da República, ele deve ter ficado estarrecido, assim como inúmeros fiéis, mediante as palavras de intolerância e rancor do Arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, ele jogou cizânia, ao usar o púlpito como palanque político para atacar a direita de nosso país, chamando-a de dragão e de ser a propulsora da violência no país.

O arcebispo ao fazer os ataques, naquela homilia, promoveu não a unificação do povo brasileiro, fiel seguidor da Virgem Aparecida e de seu filho Jesus Cristo, pois ao dizer que a direita é dragão (demônio), excluiu grande parte dos católicos conservadores.

Foram infelizes suas colocações ao dizer que a direita brasileira é violenta sendo comandada por um dragão diabólico. O arcebispo ao falar neste tom de enfrentamento, silenciou-se em relação aos quase vinte anos dos governos da esquerda que jogou a nação no verdadeiro ‘caos’. Seu pronunciamento afrontou milhões de brasileiros que em 2018, buscaram pelo voto (democracia), tirar do poder a esquerda e colocar a direita para governar a nação.

Na homilia não citou o nome do dragão diabólico, mas como o Presidente da República estava presente, ele que se tornou o grande expoente da direita no país, fica a dúvida: seriam para ele aquelas duras palavras? Confesso que fiquei constrangido e desconfortado com aquela homilia. Nos meus ensinamentos seminarísticos compreendi que um representante da Igreja Católica nunca deveria perder a oportunidade para buscar a unificação e paz entre o povo! Além de não ter feito isto, o arcebispo também alfinetou ao abordar sobre a questão do Sínodo da Amazônia (tema para outro artigo, pois é outra polêmica).

Sou católico fervoroso, amo minha Igreja, aliás, aprendi muito com ela e continuo aprendendo, mas não posso concordar com a atitude deste arcebispo. Acompanho o árduo trabalho pastoral do pároco de minha comunidade e, percebo o quanto ele luta para resgatar os católicos afastados. Será que a atitude deste arcebispo irá arrebanhar ou afastar o rebanho católico?

Quando adolescente sentia na pele as revoltas de meu falecido pai, ele ficava triste e magoado com alguns padres da Igreja que se colocavam contra a Arena (diziam isto no púlpito). Para meu pai aquilo era o fim, pois sempre um arenista convicto. Será que voltará este tormento que trouxe prejuízos à Igreja?

A religião precisa ser usada para agregar, como bem fez São Francisco de Assis que se tornou um instrumento da Paz e do Bem. Aos meus amigos padres (que são muitos) e são verdadeiros batalhadores da religião Católica Apostólica Romana, deixo meu reconhecimento pela altivez de saber acolher quem é de esquerda ou de direita. Estes com harmonia sabem que o verdadeiro sentido da religião, vai além dos princípios políticos ou ideológicos. Quando a religião não faz seu papel de unir, ela perdeu completamente seu sentido!.

 

AUTOR: Prof. Me. CIRO JOSÉ TOALDO.

 


Fonte: Prof. Me. CIRO JOSÉ TOALDO