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Produção industrial de MS cresce após greve dos caminhoneiros


Após apresentar reflexos negativos com a paralisação dos caminhoneiros realizada em maio, o setor industrial de Mato Grosso do Sul voltou a registrar crescimento em junho, conforme a Sondagem Industrial realizada pelo Radar Industrial da Fiems junto a 74 empresas no período de 2 a 12 de julho de 2018. A produção industrial sul-mato-grossense avançou em junho, refletindo, em grande medida, uma recomposição do nível de atividade depois da greve do transporte de cargas que ocorreu no mês anterior.

Segundo o coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems, Ezequiel Resende, o índice de evolução da produção fechou o mês de junho em 49,9 pontos, crescimento de 6,5 pontos em relação a maio. “O resultado indica que o número de empresas com produção estável ou crescente aumentou na passagem de um mês para o outro. O levantamento mostra que em junho 70,3% dos estabelecimentos se enquadravam nessa condição, contra 61,1% no mês anterior”, pontuou.

O levantamento também apontou que a capacidade ociosa diminuiu, mas segue em patamar elevado. “Para 33,8% dos respondentes, a utilização da capacidade instalada esteve abaixo do usual para o mês de junho, porém, em maio, esse número era de 46,8%. Essa melhora se refletiu no índice de avaliação do uso da capacidade instalada, com o resultado alcançando 44,5 pontos contra 38,8 no mês anterior. Por fim, a ociosidade média da capacidade instalada em junho ficou em 30%, contra 33% no mês de maio”, detalhou.

 

CONDIÇÕES FINANCEIRAS

Ezequiel Resende reforça que as condições financeiras seguem longe do ideal, com os empresários industriais de Mato Grosso do Sul se mostrando insatisfeitos com a margem de lucro operacional de suas empresas no 2º trimestre deste ano, com o indicador alcançando 41,2 pontos. “Comportamento semelhante foi verificado em relação às condições de acesso ao crédito e situação financeira geral da empresa, com os indicadores alcançando 39,7 e 42,5 pontos, respectivamente”, avaliou, informando que os valores abaixo de 50 pontos indicam insatisfação dos empresários em relação aos itens pesquisados.

Em Mato Grosso do Sul, no 2º trimestre de 2018, 37,9% dos empresários industriais consideraram ruim a margem de lucro operacional obtida no período. Na mesma comparação, o acesso ao crédito foi considerado difícil por 25,7% dos empresários, enquanto 17,6% responderam não ter buscado crédito no trimestre. Já a situação financeira geral da empresa foi avaliada como ruim por 35,1% dos participantes, sendo que 20,3% responderam que houve aumento dos preços das matérias-primas utilizadas.

O coordenador da Unidade de Economia, Estudos e Pesquisas da Fiems ressalta que as principais dificuldades enfrentadas pelos industriais de Mato Grosso do Sul no 2º trimestre de 2018 foram a eElevada carga tributária, falta ou alto custo da matéria prima, dificuldades na logística de transporte, falta de capital de giro, demanda interna insuficiente, competição desleal (informalidade, contrabando e outros), inadimplência dos clientes e falta de financiamento de longo prazo foram os principais problemas apontados pelos industriais sul-mato-grossenses no segundo trimestre do ano.

Com relação à intenção de investimento do empresário industrial, o Radar da Fiems aponta que há uma queda pelo terceiro mês seguido. “O índice de intenção de investimento do empresário industrial alcançou 48 pontos em julho, indicando recuo de um ponto sobre o mês anterior. Nos últimos três meses, a queda acumulada alcança 13,8 pontos e, até o momento, a atividade econômica vem se recuperando em um ritmo mais lento que o esperado e o aumento das incertezas, especialmente, no campo político somadas ainda ao alto desemprego e a paralisação dos caminhoneiros podem ter afetado fortemente as decisões de investimento dos empresários”, analisou o economista.

 

ICEI

O Índice de Confiança do Empresário Industrial de Mato Grosso do Sul (ICEI/MS) recuou, em julho, pelo quarto mês seguido, contudo, o indicador permanece no campo positivo. O Índice alcançou 51,1 pontos, indicando um recuo de 2,1 ponto em relação ao mês anterior e, ao todo, nos quatro últimos meses, a queda acumulada é de 10,1 pontos. Contudo, o índice de julho de 2018 é ainda 4,9 pontos inferior ao registrado no mesmo mês de 2017 e 1,9 ponto abaixo da média histórica para o mês.

Em julho, 41,9% dos respondentes consideraram que as condições atuais da economia brasileira pioraram, no caso da economia estadual, a piora foi apontada por 32,5% dos participantes e, com relação à própria empresa, as condições atuais estão piores para 28,4% dos empresários. Além disso, para 33,8% dos empresários não houve alteração nas condições atuais da economia brasileira, sendo que em relação à economia sul-mato-grossense esse percentual foi de 43,2% e, a respeito da própria empresa, o número chegou a 41,9%.

Para 16,2% dos empresários as condições atuais da economia brasileira melhoraram, enquanto em relação à economia estadual esse percentual também chegou a 16,2% e, no caso da própria empresa, o resultado foi de 20,3%. Já os que não fizeram qualquer tipo de avaliação responderam por 8,1%, 8,1% e 9,5%, respectivamente. Em julho, 25,7% dos respondentes disseram que estão pessimistas em relação à economia brasileira.

Com relação à economia estadual, o resultado alcançou 14,9% e, quanto ao desempenho da própria empresa, o pessimismo foi apontado por 10,8% dos empresários. Os que acreditam que a economia brasileira deve permanecer na mesma situação ficou em 39,2%, sendo que em relação à economia do Estado esse percentual alcançou 44,6% e, a respeito da própria empresa, o número chegou a 37,8%. 

 

A Sondagem Industrial revela também que 27% dos empresários se mostraram confiantes e acreditam que o desempenho da economia brasileira vai melhorar.  Já em relação à economia estadual, esse percentual chegou a 31,1% e, no caso da própria empresa, 43,3% dos respondentes confiam numa melhora do desempenho apresentado. Os que não fizeram qualquer tipo de avaliação das expectativas em relação à economia brasileira, estadual e do desempenho da própria empresa responderam por 8,1%, 9,5% e 8,1%, respectivamente. (Texto: Daniel Pedra – Ascom Fiems).

 

 

 


Fonte: Daniel Pedra - Ascom Fiems