Os cardeais da Igreja Católica iniciaram o conclave nesta quarta-feira, 7 de maio de 2025, com a missa Pro Eligendo Pontifice na Basílica de São Pedro, marcando o início formal do processo de eleição do novo Papa. A primeira votação ocorreu ainda na tarde de quarta-feira, com expectativa de que a escolha do novo pontífice leve de dois a três dias.
RITO SOLENE E SIGNIFICADO DAS CORES
A entrada dos cardeais na Basílica de São Pedro formou um “corredor vermelho”, simbolizando o compromisso de “defender a fé até a morte, até o ponto de dar seu sangue”, conforme juramento feito ao receberem o título cardinalício. Os cardeais, considerados “príncipes da Igreja”, vestem-se de vermelho, cor que representa o sangue de Cristo. Em celebrações especiais, utilizam a batina vermelha sobre um roquete branco rendado. O solidéu vermelho também simboliza a entrega ao Santo Padre.
O uso do vermelho remonta aos trajes dos patrícios romanos, posteriormente reservados ao imperador. O Papa e os cardeais usaram a batina vermelha até Pio V, que, sendo dominicano, optou por manter o hábito branco de sua ordem após ser eleito Papa em 1566. Seus sucessores seguiram este costume. A faixa larga vermelha, em seda natural, usada na cintura, também faz parte do traje.
No dia a dia, os cardeais frequentemente substituem o hábito vermelho pela batina preta com botões vermelhos, enquanto os bispos usam batinas pretas com botões roxos.
PROCESSO DO CONCLAVE
Após a missa, os cardeais seguiram em procissão para a Capela Sistina, entoando o hino Veni Creator para invocar o Espírito Santo. Lá, prestaram juramento de sigilo absoluto sobre o processo de votação. O mestre de cerimônias então proclamou o “Extra omnes”, ordenando que todos os não participantes da eleição se retirassem, isolando os cardeais do mundo exterior. A palavra conclave deriva do latim cum clavis, significando “fechado à chave”.
Dos 133 cardeais com menos de 80 anos aptos a votar, sete são brasileiros. O conclave inicia-se com o sorteio de nove cardeais para desempenhar três funções: recolher votos dos enfermos (infirmarii), realizar a contagem (escrutinadores) e revisar o resultado (revisores).
Cada cardeal preenche uma cédula com o nome do candidato escolhido, dobra-a e deposita-a em uma urna. Ao final, os votos são lidos em voz alta, registrados, perfurados e amarrados. As cédulas são então queimadas, e a fumaça que sai da chaminé da Capela Sistina indica o resultado ao público. Fumaça branca sinaliza a eleição de um novo Papa, enquanto fumaça preta indica a necessidade de uma nova votação.
Com 133 cardeais votantes, são necessários 89 votos para eleger o novo pontífice. Se após três dias não houver definição, a votação é suspensa por 24 horas para orações. Se após 34 votações a eleição persistir inconclusiva, os dois nomes mais votados disputam a eleição.
Após a eleição, o escolhido é questionado se aceita o cargo e qual nome deseja adotar. Em seguida, recolhe-se na Sala das Lágrimas para vestir os trajes papais, antes de ser anunciado e fazer sua primeira aparição pública na sacada da Basílica de São Pedro. (Com informações Diário do Conesul).
